domingo, 2 de maio de 2010

Sobre as ruas de Firenze...


Eu estava olhando, mais uma vez (incansavelmente), minhas fotos de viagem e parei para pensar quando vi essa rua, em Firenze. É impressionante como as ruas de lá são singelas, pequenas, estreitas e belas! Anda-se muito por elas. E, nesse ir e vir com cheiro de Arte, pomodoro e Rio Arno, quando menos se espera a gente se depara com o Duomo, ou com uma parte de sua torre, sua cúpula maravilhosa! A grandeza das coisas, no final dessas ruas, sempre me deixava de boca aberta! E, assim, entre uma ruazinha e outra, lá estava eu, com o coração disparado diante de alguma maravilha (geralmente coisas que eu só havia visto num livro ou mesmo num filme...). As ruas de Firenze, assim como as paredes dos pequenos prédios medievais, ficaram bem guardadinhas na minha saudade. A cor das paredes, entre o ocre e o laranja (ouro, no final da tarde), os arcos dos portais, sempre com uma piccola fontana ao fundo, tudo isso ficou desenhado na minha alma. Foram muitas ruas, foram muitas surpresas ao final de cada uma delas! Aquele verão na Toscana sempre vai ter um cheiro de saudade e um gosto de gelato.

Mais Bichos de Pano!

Carneirinho

Detalhe das girafinhas


Família de girafinhas (sucesso!)


Cesta de mini carneirinhos




Quando eu começo um trabalho artesanal, entro no meu "piccolo" ateliê e dou início ao processo de inventar. Desenhar um novo bichinho, transformar um molde antigo em algo mais moderno, cortar os tecidos, costurar, fazer as roupinhas, encher os bichinhos e, então, finalizar o processo fazendo as carinhas, pregando os fuxicos, fitas e botões. Assim, quando encerro mais um dia de "lavoro", tenho diante de mim mais uma porção de novas carinhas, esperando ansiosas pela próxima feira. Ontem, na feirinha do Cambuí, eu e minha sorella Ineza ficamos surpresas com as reações das pessoas diante dos novos bichinhos! As pessoas paravam, se encantavam, compravam, levavam para suas casas aquelas novas figurinhas de nossa banca. Também observamos que os homens se mostram bastante interessados por esses trabalhos. Eles param na banca, olham tudo com muito carinho, chamam suas esposas e filhos para olhar. Isso nos deixou muito felizes, pois, apesar da desvalorização do artesanato aqui no nosso país, parece que nossos bichinhos agradam bastante as pessoas. Na verdade, essa é a real idéia!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Maktub!


Em árabe, essa palavra significa "está escrito", no sentido de "destino" ou até mesmo "assim seja", "amém". Por isso, desde que decidi que a Dança do Ventre faria parte de minha vida e ajudaria a mudar todo um processo que havia se infiltrado no fundo da minha alma, eu fiz também a escolha de abençoar, a cada dia, tudo o que tivesse esse mesmo sentido, para que meus dias brilhassem sempre com uma aprovação final, com um MAKTUB tamanho família na hora de dormir e agradecer ao meu Deus por ter vencido. A Dança do Ventre, desde o primeiro dia, vem me trazendo de volta, me resgatando. Assim como a "Bramasole", a dança também me reestruturou, me ajudou a fazer o caminho de volta e a querer continuar feliz. Admito que ultimamente, venho "escapando" um pouco de minhas aulas de dança, mas, tenho me dedicado ao trabalho... e assim, quando chega o final de semana, não tenho sentido muito ânimo para encarar as horas de aula. No último dia 11, fui ao maior evento de Dança do Ventre realizado anualmente aqui no Brasil, o Mercado Persa (em São Paulo), e lá, com certeza, meus instintos e amor à dança afloraram e me fizeram sentir uma grande vontade de dançar! Passei um dia inteirinho contemplando as maiores bailarinas dos dias de hoje, os grupos folclóricos árabes mais bonitos que conheço! E, então, quando senti que meu sangue correu mais rápido ao ouvir o solo do derbak, pensei bem firme, com os olhos fechados: MAKTUB! E, assim, voltei pra casa entusiasmada, cheia de uma ótima energia! Portanto, essa palavra é tão positiva e sagrada, que a gravei na minha espada (instrumento de minha dança) e também a tenho tatuada nas minhas costas, em árabe, é claro, como reza a tradição.

Girafinhas


Mais um resultado do meu trabalho artesanal, de amor e paixão pelos meus bichinhos de pano! Essa girafinha "mamãe" é muito fofinha! Ela carrega seu filhote o tempo todo e tem essa carinha de quem está muito tranquila! Espero que gostem! Bjo!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Campos dourados de feno


Quando se viaja de ônibus pelas estradas na Toscana, tudo o que se consegue pensar é isso: Nossa!!! Que linda essa paisagem!!!! Eu, enquanto migrava de uma cidade para outra, sempre tentava me concentar nos meus pensamentos, refletir sobre coisas que ficaram no Brasil e, quem sabe, na tranquilidade da viagem, resolver algumas pendências através dos pensamentos. Mas, olhando pela janelinha do ônibus, senti a impossibilidade de raciocinar diante de tanta beleza! A cada novo vale surgiam cenas divinas, pinturas mágicas que Deus me mostrava através de sua criação. Os campos de feno, dourados e pacíficos, me faziam pensar somente no ouro daqueles rolos gigantes, redondos... às vezes, em conjunto com plantações infinitas de girassóis, minha mente passeava pela magia daquela terra preciosa, italiana, abençoada. Os campos de feno que passaram pela minha janelinha, marcaram minha viagem e nunca me esqueço deles... Pois, essa imagem foi uma das novidades que se apresentaram no meu caminho, assim como as casas de pedras, casas de 300 anos... Quando me irrito no dia a dia, com problemas e mesquinharias, imagino a minha janelinha, recheada pelos campos dourados, de feno e girassóis da Toscana, deixando-me silenciosa, admirada e em paz. Buon giorno per tutti!

sábado, 10 de abril de 2010

Bramasole


"Brama", de Bramare (arcaico) significa "anseio", "desejo"... e "Sole" significa "sol"... "Anseio de sol"... "Desejo de sol".

No filme "Sob o sol da Toscana", essa definição me fez pensar o quanto eu realmente preciso de um pouco de luz. Após assistir por infinitas vezes, esse filme me trouxe cada vez mais reflexões a respeito de nossas necessidades e verdadeiros anseios. Eu, a cada dia, sinto que o "sol" precisa de meu mais profundo entusiasmo para brilhar... e aí, eu percebo que, como no filme, eu tenho uma Bramasole por dia para reformar, para organizar, limpar, arrumar. Venho lutando, desse jeito, no meio de reformas, já há alguns anos... seis anos, para ser mais precisa. Nesse tempo todo, eu enfrentei algumas pedras gigantes (como as que os Etruscos deixaram para Frances Mayes remover durante a reforma de sua casa na Toscana) e, sinceramente, acho que venho me saindo muito bem. Não havia ainda tocado nesse assunto tão íntimo aqui no meu blog, mas acho que vale expor certos transtornos (principalmente os resolvidos) para, quem sabe, ajudar nas reformas e restaurações onde meus amigos e amigas blogueiras possam estar precisando. É claro que a vida é doce, mas, às vezes, passamos por momentos difíceis, nebulosos... Para me curar de um câncer de mama, removi baldes e baldes de entulho, tentando fazer meu Bramasole ficar em pé, sem tremer nas estruturas, despencar morro abaixo... Depois, em seguida, vi meu amor sumir na poeira, abalado pelas instabilidades do tempo, da doença, da traição... Mas, Bramasole significa mesmo esse anseio de luz, e por isso, tratei de reconstruir cada parede, cada janela que havia sido travada e fechada, abrindo portas, cortinas e arando a terra. Hoje, após tanto barulho, sou uma pessoa melhor, curada (Graças a Deus!), mais forte, que sonha e realiza. Estive na Toscana em 2009, e vivi os dias mais lindos que eu podia esperar depois de tanta escuridão. Me apaixonei pelos girassóis e pelos campos dourados de feno. Reergui cada tijolo, cada cômodo abandonado. Portanto, Bramasole, para minha vida, significa recomeço. E por tantos anseios vividos, e por todo esse sonho significativo que vivi na Toscana, espero que meus amigos blogueiros nunca tenham medo do recomeço e da reforma interna. É isso. Baci per tutti!

domingo, 28 de março de 2010

Aprendizado
















É muito gratificante quando propomos a nós mesmos a aprender sem prazo para concluir as aulas, ou as metas... Eu, desde que retornei da Itália, venho pensando em todas as obras maravilhosas que conheci naquelas cidades, naqueles museus. Quando nos apaixonamos pela arte, temos a necessidade impressionante de representá-la, mesmo que humildemente, através de traços, pinceladas, aulas intermináveis para cumprir os detalhes, as lembranças, as lições passadas pelo professor que, com muita calma e carinho, nos ensina a fiel observação, a representação sublime do rastro deixado pelo carvão, pelo esfuminho, pelas trocas de informações entre os colegas de classe. Eis algumas fotos das aulas que eu frequento com tanto amor, desenhando, apagando, refazendo, descobrindo. Nem sei há quantas aulas venho trabalhando neste desenho... "Il David" me parece paciente diante do meu aprendizado, aguardando a benção de Michelangelo para que eu conclua, realizada, esses primeiros passos de um curso sem fim, sem pressa, mas com muita satisfação e alegria!